O caminho à frente
é cheio de carros,
é cheio de carros,
cheio de gente
com cheiro de tabaco,
cheiro de lodo,
cheiro de mundo,
cheiro de mundo,
coberto de limo,
coberto de tudo.
No caminho
que tem cheiro de
mato,
que tem cheiro de
gente
que masca seu fumo,
que masca o futuro
e busca seu rumo,
que vira bagaço
e tropeça nos passos.
Encontro essa gente
e me cospem na cara
as coisas da vida,
as coisas do mundo,
de cabo a rabo e
do topo ao fundo,
me mostra quão altos
me mostra quão altos
são todos os muros,
me estupra com uns `nãos`
sempre tão veementes,
me ensina com os tapas
me ensina com os tapas
a ser quase gente,
me chuta pros lados,
pra cima e pra baixo,
me mostra o futuro,
o passado e o
indecente,
essa gente com bafo
de álcool e sem
dentes,
que perde o rumo,
chafurda no lodo,
e,
mesmo assim,
segue em frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário